Carta à Asbin

H. R. de O. Professor universitário, mestre em administração

A nossa Agência Brasileira de Inteligência (Abin), próxima de completar o seu primeiro decênio, vem sofrendo sistematicamente uma campanha orquestrada por um grupo midiático sem precedentes na história da Inteligência brasileira.

Como se não bastasse a imprensa em todas as suas formas de expressão - contumaz na prática do sensacionalismo irresponsável - assistimos perplexos o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o Ministro de Estado da Defesa, Nelson Jobim e o Senador da República, Demóstenes Torres (DEM-GO), lídimos representantes dos Três Poderes, não medirem esforços em denegrir de forma gratuita e leviana uma instituição que presta relevantes serviços à sociedade brasileira, caluniando sobre falsos ?grampos?, que como conseqüência desestabilizaram nossa Abin, como se fosse um ato de cunho terrorista.

Os invejosos e detratores da Abin, por mais que queiram, não conseguem retirar o reconhecimento que vem sendo diuturnamente consolidado pela sociedade civil, da importância da atividade de Inteligência, haja vista o número sempre expressivo de cidadãos nacionais que se inscrevem para os nossos concursos públicos, bem como notadamente o reconhecimento internacional - em face de nossos valores que nela são cultuados e pelo elevado grau de profissionalismo da maioria de seus integrantes - haja vista, entre outras atuações, a brilhante participação nos Jogos Pan-Americanos, sediados na cidade do Rio de Janeiro/RJ, onde zelamos pela segurança de nossos patrícios e de nossos convidados estrangeiros.

Não obstante as denúncias caluniosas nos deparamos com questões mais graves, que podem mais cedo ou mais tarde atingir a qualquer um de nós, como o último episódio envolvendo dois servidores que os conheço pessoalmente, cujos nomes foram divulgados pelo Estadão, em 09 de julho de 2009, com a seguinte notícia depreciativa: ?Arapongas da Abin admitem grampos contra políticos?, comprometendo seriamente a incolumidade destes servidores e da própria atividade de Inteligência promovendo vulnerabilidades.

Como podemos continuar a executar nossas tarefas calçados no silêncio sepulcral que a atividade típica de Estado exige - em prol da segurança da nação e da manutenção dos princípios democráticos - se não existem garantias de salvaguarda a nossa pessoa e as nossas famílias?

O que vejo se vê é que a Abin prima pelo cabedal em relação aos aspectos teóricos e doutrinários da Inteligência, mas ainda se mostra imatura e amadora institucionalmente, pois em todas as situações de difamação atuou em conformidade com a inércia, ou seja, mostra que não existe um espírito de corpo, banalizando os episódios ofensivos como uma criancinha faz quando está com medo. Ou é arrogância?

Isto posto, solicito que a Asbin faça chegar a todos os servidores a nossa moção de apoio aos que vem sendo difamados pela imprensa em geral e repudiamos todas as manifestações que se permitem a execração pública de nossa Abin, bem como ao ?vazamento? de informações a respeito dos processos que vem sendo conduzidos no âmbito da Polícia Federal e de outras instituições.